A pergunta pelo SER HUMANO ecoa do Paraíso. Ela é a pergunta do Criador pela sua criatura. A resposta a ela define o caráter da “Missão Evangélica”. Ela irrompe num contexto. – “ADAM onde estás?” Onde você se meteu ADAM. Em outro contexto a pergunta é de Jesus: - “Onde o colocaste?” Diante desta indagação só uma resposta é adequada: - “Senhor, vem e vê!”

A atitude do Criador e do Salvador é a mesma. Ele veio ver o que é feito do SER HUMANO. Ele veio visitá-lo para restaurar a verdadeira imagem e semelhança de Deus. Aliás, o Verbo se fez carne, proclama João para revelar a plena imagem de Deus. O Verbo –Deus se fez gente por inteiro. Esta é a medida de humanidade que Deus requer de suas criaturas a cada geração. Esta pergunta emerge de um contexto. Por isso a resposta também vem de um contexto. Este contexto sempre envolve a criação num momento situado e datado. A resposta à pergunta de Deus mexe com a história do ser humano.

Neste blog manifesta-se uma constante busca de ouvir a pergunta do Criador pelo SER HUMANO e por tentativas de responder a esta pergunta dentro do contexto da cidade. Pois, afinal, somos urbanóides pós-hiper-modernos que habitamos aglomerados citadinos onde temos a vocação de “SERMOS HUMANOS”. Os referenciais definidores do ser e do humano variam de acordo com as filosofias e convicções pessoais. Esta pagina é reflexiva e dialogal. Sem pretensões conclusivas ou dogmáticas. Prefere-se a postura da agulha e da linha que tenta costurar, à função da tesoura que seleciona cortando tudo o que não cabe no molde.

Seja bem-vinda! Seja bem vindo! Seja comigo um construtor do “SER HUMANO”!


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Advento

Há semanas que os meus pensamentos giram em torno da flor de lótus. Trata-se de uma planta aquática da mesma família da vitória régia.

Esta flor tem grande significado simbólico e religioso nos países da Ásia. Ela possui algumas qualidades que encantam e desafiam. Ela é uma flor linda e encantadora que se apresenta nas cores branca ou rosada. A aste donde emana a flor emerge de águas lodosas, pantanosas... A planta sobrevive à poluição urbana e brinda a todos com seu encanto. A sua beleza e pureza contrasta com seu ambiente.

Tenho refletido sobre esta pequena maravilha da natureza por causa da riqueza de significados nesta época pré-natalina.

A nossa vida urbana está cheia de adversidades. A cada dia estamos expostos aos aborrecimentos, contrariedades, poluição e, até, assaltos...

Assim como a flor de lótus, nossa vida está mergulhada em adversidades. Haveria inúmeros motivos para desanimar, entristecer-se, sucumbir, entregar os pontos, render-se ao senso comum... Onde buscar a força para sobreviver?

Miremos a flor de lótus: ela transpõe a poluição com sua pureza, brinda as adversidades com seu encanto. Das condições adversas faz emergir algo lindo e encantador. Qual será o seu segredo? Qual o milagre?

Esta flor só emerge num ambiente de muito sol, de muita luz!

Eis aqui a ponte entre a flor de lótus e Advento de Cristo.

Para irradiar novos sentimentos, relacionamentos e valores não podemos aguardar a erradicação de todas as adversidades. Isto seria esperar em vão. Contudo, é possível voltar à luz, deixar-se iluminar. Afinal, o Natal começou com uma luz – a Estrela de Belém. Ela motivou muitas pessoas a colocarem-se a caminho: os sábios do Oriente, os pastores do campo, os anjos dos céus... todos tomaram o caminho em busca desta luz.

Todos tinham em comum um desejo: deixar esta luz brilhar em suas vidas!

Jesus disse: Eu sou a luz do mundo quem me segue não andará nas trevas, ao contrário, terá a luz da vida. (João 8.12)

Desejo a vocês queridos/as que a luz de Cristo brilhe abundantemente em sua vida neste Natal! Que ela nos ponha a caminho de novos tempos de alegria, amabilidade e amor. Que tenhamos olhos capazes de perceber as pequenas maravilhas que nos dão alento a cada dia!

Feliz tempo de preparação para o Natal!

Um beijo no coração de todos.

Com afeto, Arzemiro

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CONVERSÃO A CRISTO

O caminho para a nova vida em Cristo e suas implicações pessoais e comunitárias.

Você é casado ou solteiro? Ora, toda pessoa sabe a resposta sem pestanejar. Como alguém sabe se é casado ou solteiro? Elementar! Sou casado porque num dia muito especial assumi, publicamente, este compromisso diante de Deus e das pessoas. Quanto a isso não tenho dúvidas.

Agora, se alguém lhe pergunta: Você é convertido? Sim ou não? Como saber a resposta? Muito simples: uma pessoa convertida é alguém que, algum dia, assumiu pessoalmente, o compromisso de viver uma nova vida com Cristo. É a resposta pessoal à graça de Deus oferecida no Batismo que insere a pessoa na vida ativa da comunidade de fé.

O apóstolo Paulo disse: “agora não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. Com a sua conversão a Cristo aconteceu uma ruptura com o antigo modo de viver com seus costumes e valores. De perseguidor dos cristãos, Paulo passou a amá-los e a defender sua causa. Ela passou por uma experiência mística/espiritual marcante que produziu uma virada radical em sua vida. Esta experiência marcou uma ruptura com o passado e o início de um processo de transformação, de conversão.

O Novo Testamento usa várias palavras para significar esta experiência operada pelo Espírito Santo a partir do Evangelho. Tais como: “justificação por graça mediante a fé”, “novo nascimento”, “receber a Jesus”, “nascer do Espírito”, “amar”, “crer”, “nascer da justiça”, etc. A conversão sempre significa mudança: ruptura com o passado sem Cristo e a entrada para a comunidade cristã.

Batismo Infantil e conversão

Qual a relação entre batismo infantil e conversão? Em nossa Igreja, ao batizar uma criança, é praxe reunir os pais e padrinhos para uma palestra batismal. Sempre é enfatizado que a graça oferecida por Cristo no batismo espera uma resposta consciente e pessoal do batizado. Para ajudar os pais a “ensinar todas as coisas” a Igreja estabeleceu o período do Ensino Confirmatório. É um tempo em que os pré-adolescentes são preparados para dar seu “sim” às promessas do batismo, ou seja, a sua Confirmação.

Por que isto é necessário? Não basta ser batizado, o rito batismal não é mágico. É imprescindível viver o batismo no dia a dia. Disse Jesus: “Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado”, mesmo que for batizado! Assumir o batismo no dia-a-dia é viver em novidade de vida. Isto é conversão.

Lutero era batizado. Ele se preparava para ser sacerdote mas vivia em profunda angústia existencial. Esta só foi superada no dia em que entendeu o significado da “justificação por graça”. Ele confessa que naquele dia os céus se abriram sobre ele. Então passou a viver em paz com Deus. Esta descoberta do Deus misericordioso significou uma mudança em sua vida.

Eu lembro o dia da minha conversão como lembro o dia do casamento. Foi uma experiência maravilhosa e dou graças a Deus por ela. Outras pessoas não lembram este dia nem passaram por uma experiência mística marcante, mas vivem sua fé com alegria e bom caráter. Isto é o que importa.

Viver no Evangelho é mais significativo que colecionar experiências. A conversão é uma resposta ao Evangelho que leva ao discipulado de Jesus e remete a pessoa à comunidade de fé. Isto é graça imerecida e, ao mesmo tempo, responsabilidade intransferível. Paulo exorta a igreja filipense: “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor. Mas saibam que Cristo opera isto em vocês".

Conversão e cidadania

O apóstolo Pedro enfatiza as implicações pessoais e comunitárias da conversão ao afirmar: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas, e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para a salvação, se é que já a tendes a experiência de que o Senhor é bondoso” (1 Pe 2.1-3).

Quem abraça a vida cristã faz uma ruptura com o antigo padrão de vida para assumir um novo comportamento ético. A vida cristã é um processo de permanente transformação. Ninguém nasce pronto. Todas as pessoas precisam crescer para alcançar a maturidade. É necessário que haja zelo para que a vida em Cristo se imponha sobre os antigos valores. Sem uma sólida doutrina bíblica ninguém alcança esta vitória.

Diz-e que cada cristão precisa de duas conversões fundamentais: um para Cristo e outra de volta para seu contexto social.

Cada pessoa cristã é portadora de dupla cidadania: é cidadão do Reino de Deus comprometido com os valores do Evangelho; é cidadão brasileiro a serviço da transformação de sociedade em que vive.

O processo de conversão pode ter dia e hora para começar, porém, não tem hora para estar completado. Cada “nova criatura” está em constante processo de conversão. É a bondade de Deus que nos conduz neste processo em busca de vida digna e plena.

Arzemiro Hoffmann – missiólogo, professor na FATEV, Curitiba/PR, com licenciatura plena em Filosofia e Mestrado em Missão Urbana.

Este artigo foi publicado na revista Novo Olhar, ano 9, número 42, nov. e dez. 2011.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Por que é importante zelar pela boa imagem da Igreja?

Vocês são a luz do mundo. Não pode esconder uma cidade construída sobre um monte (Mt 5.14a).

Quem não se entristece quando a grande imprensa divulga notícias sobre ‘padres pedófilos’, negociatas de parlamentares ‘evangélicos’, escândalos financeiros de maus ‘líderes’ neopentecostais e outras atitudes perversas no cenário religioso nacional?

Estas atitudes ferem e maculam a imagem de toda a Igreja, mesmo que sejam ações localizadas. Poucos perguntam: qual foi a Igreja ou o grupo religioso envolvido? Quem está sendo denunciado? O senso comum coloca toda esta desgraça na conta da ‘igreja’.

Nós vivemos neste contexto de liberdade e confusão religiosa. Somos uma parte de toda a Igreja. Partilhamos as suas alegrias e sofremos com os seus pecados. O modo de ser e de viver espelha o caráter que temos. Jesus advertiu Não se pode esconder a cidade construída sobre o monte.

O mau testemunho, uma vez publicado, é como abrir um travesseiro de penas sobre um alto monte: o vento se encarrega de espalhar as penas e não há santo nem reza capaz de recolhê-las.

Assim, desde o início, quero sublinhar que a responsabilidade de zelar pela honra, pelos valores e pelo bom testemunho cristão é de toda a Igreja como organização e, simultaneamente, de cada pessoa, cada Comunidade, cada projeto, cada instituição e cada serviço.

Que imagem fazemos de nós mesmos?

Certo dia, visitei um querido Pastor de outra igreja histórica. Busquei-o ansioso para aprender algo novo sobre Missão Urbana.

No fim da conversa, ele declarou-se encantado com o nome de IECLB. Curioso, quis saber a razão deste encanto. Ele chamou a minha atenção para cada uma das palavras que compõem o nome da IECLB. Acompanhe a reflexão comigo:

- Somos Igreja: a nossa identidade está ancorada nas palavras e no ministério de Jesus e dos seus apóstolos. A Igreja é obra da ação do Espírito Santo. O seu vínculo é com Jesus, o Cristo e Senhor da Igreja. A sua base é o Evangelho do Reino de Deus.

As nossas lideranças, reunidas em Concílio Sinodal (1954), assumiram o nome IECLB com a seguinte missão: “ser Igreja de Jesus Cristo no Brasil com todas as consequências daí advindas para a proclamação do Evangelho neste País e para a corresponsabilidade pela formação da vida política, cultural e econômica do seu povo. Portanto, somos Igreja a serviço da transformação desta nação”.

Em contraste às religiões dualistas que apregoam a salvação das almas, sem transformação social, estamos comprometidos com o Evangelho que visa a uma salvação integral das pessoas e da sociedade. O Artigo 3º da nossa Constituição estabelece:

Em obediência ao mandamento do Senhor, a IECLB, através de suas Comunidades, tem por fim e missão:

I – propagar o Evangelho de Jesus Cristo;

II – estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária;

III – promover a paz, a justiça e o amor na sociedade;

IV – participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo.

- Somos Igreja Evangélica: o que nos identifica é o nosso compromisso com o Evangelho de Jesus Cristo testemunhado nas Sagradas Escrituras. Por esta razão, somos Igreja Evangélica.

As nossas Comunidades, ao longo dos anos, são identificadas como ‘Comunidades Evangélicas’. As nossas escolas, como ‘Escolas Evangélicas’, em contraste com as Comunidades e escolas católicas e luteranas da IELB.

O verdadeiro tesouro da Igreja é o santo Evangelho, não a instituição nem a estrutura, nem as liturgias, nem os templos... Assumir a identidade evangélica nos compromete com a salvação por graça mediante a fé. Esta fé só pode vivida em amor, a serviço do outro, em busca da liberdade, da justiça e da paz social. Portanto, o Evangelho não se reduz a uma piedade religiosa.

- Somos Igreja Evangélica de Confissão Luterana: Como Igreja, somos herdeiros da Reforma protestante do século XVI, liderada por Martim Lutero. Somos parte de uma família presente em muitos países. A Confissão Luterana esta comprometida com o brado dos Reformadores: Deixem Deus ser Deus! Contra os mercadores de fé, de salvação e de bênção, eles reafirmaram Existe um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, este crucificado e ressurreto.

Esta é a nossa tradição. Ela não é uma gaiola que aprisiona os dons e as manifestações do Espírito Santo, mas nos vincula ao testemunho daquelas pessoas levantadas no poder do Espírito Santo para restaurar os verdadeiros fundamentos da Igreja de Cristo.

- Somos Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil: desde os anos 1970, a IECLB adotou o símbolo elaborado pela Federação Luterana Mundial (FLM), o globo terrestre sob a cruz de Cristo, tendo como moldura a coluna que marca a arquitetura da nossa capital federal, Brasília. Este símbolo é significativo (pelo seu caráter ecumênico que nos liga à una, santa e universal Igreja de Cristo) e desafiador (porque nos lembra que somos família evangélico luterana no Brasil).

Em síntese, para cumprir a missão de Deus confiada a nós, bastaria que cada evangélico luterano honrasse o nome da IECLB. Este nome nos confere identidade no pluralismo religioso brasileiro.

Como zelar pela boa imagem da Igreja?

Como país, somos, hoje, uma sociedade urbanizada e massificada. Nesta realidade, a pessoa pergunta-se: Quem sou eu nesta massa de gente? Onde encontro um ancoradouro que me confere valor e dignidade? Onde encontro um lar espiritual?

Quando as questões existenciais afloram no espírito humano, a pessoa busca respostas. Uma das portas a ser procurada neste momento é a ‘religião’. Afinal, todo progresso da ciência e todos os ataques ideológicos não conseguiram erradicar a necessidade de espiritualidade. Pelo contrário, geraram angústias que não conseguiram resolver. Ressurge, daí, o anseio pelo sobrenatural, a busca do místico, a necessidade de experiências que conferem sentido à existência...

O que o ‘urbanoide pós-moderno’ encontra quando visita os nossos cultos dominicais? Ele entra no templo como um desconhecido e sai como um estranho/ignorado ou existe alguém que nota a sua presença, vai ao seu encontro e o acolhe no seio da Comunidade?

Onde alguém sentir-se acolhido e amado, vai sentir-se em casa e, desta casa, fará a sua casa. O que Jesus espera dos seus seguidores é que as pessoas se sintam amadas por Deus por meio da Igreja. Cuidar da boa imagem da Igreja é acolher as pessoas no amor de Jesus.

A Igreja forma os cidadãos que a sociedade precisa

Na função de Pastor Regional, certo domingo, presidi a consagração de um templo. A Comunidade festiva estava reunida com as autoridades. Na ocasião, diversas pessoas fizeram uso da palavra diante do templo. Entre elas, chamou a minha atenção a palavra do Prefeito, um jovem Médico que afirmou com muita tranqüilidade: ´Enquanto eu for Prefeito neste município, faço questão de prestigiar o trabalho da Igreja, porque a Igreja forma os cidadãos que a nossa sociedade precisa!’.

Este Prefeito soube expressar em uma só sentença qual deve ser o foco da atuação missionária da Igreja na sociedade. Ele percebeu que o caráter do cristão é vital para a sociedade.

O zelo pela imagem da Igreja significa nunca esquecer que somos cidadãos do Reino de Deus e, simultaneamente, cidadãos em nosso país.

A qualidade dos nossos relacionamentos

Zelar pela boa imagem da nossa Igreja está intimamente vinculado à qualidade dos nossos relacionamentos. Assim como, na família não basta aos pais serem genitores, é preciso dedicação, presença, afeto, tempo e amor aos filhos. Este cuidado produz um clima de confiança. A confiança gera estabilidade emocional dos filhos. Esta os habilita a um crescimento equilibrado rumo à maturidade adulta.

Nós somos a família de Deus. Na Comunidade ocorre o mesmo processo. Não bastam boa pregação e bons programas. A imagem da Comunidade está relacionada à maneira como o amor é vivenciado. Vejam como eles se amam! Era a marca das comunidades primitivas.

Zelar pela nossa imagem tem a ver com o senso de estética

Na função de Pastor Sinodal, tive a incumbência de visitar Comunidades e avaliar os seus Ministros. Outro dia, em companhia de um colega, ao visitar uma Comunidade onde o templo estava mal cuidado, o meu colega fez uma observação irônica ‘Aqui, a gente tem a impressão que o patrão viajou em férias’.

As aparências podem enganar, mas nem sempre. Muitas vezes, revelam o coração da pessoa ou do grupo. Fico encantado quando visito as cidades serranas do Rio Grande do Sul: ruas limpas, praças floridas e jardins dos templos ajardinados.

Honramos o ser Igreja pelo trabalho para o bem da cidade

O profeta Jeremias exorta a Comunidade dos exilados para orarem pela paz e prosperidade da Babilônia Busquem a prosperidade (Shalom!) da cidade para a qual eu vos deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela (Jr 29.7).

A presença cristã pode ser marcante na cidade. Ao estudar a história do planejamento urbano de Curitiba/PR, percebi que a presença de lideranças cristãs do quilate do Padre Lebret marcou a visão dos planejadores urbanos. Curitiba foi planejada em função das pessoas, seu bem-estar, sua qualidade de vida. Dezenas de parques bem arborizados e equipados, muitos quilômetros de ciclovias, transporte coletivo integrando, etc., testemunham este enfoque.

A participação no Instituto São Leopoldo 2024 está sendo a minha mais recente experiência de engajamento urbano. Somos um grupo de voluntários independentes que interage com os responsáveis diretos pela administração municipal, buscando a melhor qualidade de vida para a cidade. É uma maneira de demonstrar o amor pela cidade.

Conclusão

Cuidar da boa imagem de nossa Igreja é ser fiel o Evangelho e assumir as suas implicações para a sociedade. Isto é tarefa de todos.

Após servir na IECLB por quase quatro décadas, engajado nas ações de missão urbana e tendo conhecido mais de perto a realidade do mundo evangélico brasileiro, coloco-me de acordo com a conclusão do meu compadre Eurico: ’Quanto mais convivo e conheço o mundo evangélico brasileiro, mais alegria eu sinto em ser evangélico luterano’.

N.A - Este artigo Fo publicado no Jornal Evangélico Luterano, edição 10/2011, com exceção dos parágrafos grifados.

Arzemiro Hoffmann, Ex-Pastor Regional e Sinodal, Professor de Missiologia da Faculdade de Teologia Evangélica (Fatev), em Curitiba/PR, Licenciatura plena em Filosofia, Bacharelado e Mestrado em Teologia.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O CRISTO, A CRIAÇÃO E ESTUDO DE TEOLOGIA

Diversas passagens da Escrituras vinculam a boa criação à missão de Deus confiada à Igreja. A seguinte passagem é um desafio muito grande. Para entendê-la são necessários anos de estudo e meditação.

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação,
pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra,
as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias,
poderes ou autoridades;
todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.
Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja;
é o princípio e o primogênito entre os mortos,
para que em tudo tenha a supremacia.
Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude,
e por meio dele reconciliasse todas as coisas,
tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus,
estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz”. (Cl 1.15-20 NVI)

Quero destacar alguns aspectos em busca da compreensão desta passagens e relacioná-la ao estudo de teologia.

1. A boa criação tem o rosto de Cristo. Cuidar dela é preservar a
imagem de Deus. ( O que faz a religião idolátrica? Cria imagens mortas como símbolos cúlticos ao contrário do ensino bíblico). Deus quer ser honrado pela maneira como cuidamos de sua criação. Deus pode revelar-se, inclusive, pela sua criação.

2. O que faz parte da criação de Deus?
No senso comum, entende-se, que a criação de Deus limita-se ao reino animal, vegetal e mineral. (Se, pelo menos, pudéssemos cuidar disso já seria uma grande coisa). E, de fato, elas pertencem à boa criação de Deus.

Contudo, a criação de Deus não se limita a isso. Ela abrange
também as “coisas criadas nos céus”. Que coisas seriam estas? Elas têm tudo a ver com a vontade de Deus, Reino de Deus, assim como oramos no Pai Nosso.
Deus quer moldar a nossa espiritualidade com os valores do seu Reino e tudo o que é essencial para a plenitude da vida. Em Rm 12,2 somos exortados a que experimentemos a vontade de Deus como sendo “boa, perfeita e agradável”. Ela nos faz bem. Ela nos concede o essencial para vida. Ela nos dá amparo, sustento, alegria, amizade, paz, comunhão... Ela promove a reconciliação e a paz, ou seja, a restauração da harmonia perdida pelo pecado.

3. Ele criou as coisas “invisíveis, tronos e soberanias, poderes e autoridades”... estas coisas foram criadas para ele.

O que significa isso?

Ela é o Senhor de tudo (como afirma o Apocalipse: Ao único que
é digno de honra e de glória seja o louvor pelos séculos) ele é o soberano. Só o Senhor é Deus. À medida que todas estas realidades visam seu louvor, elas estarão servindo à harmonia e a paz da boa criação. Isto significa que também a organização social é uma responsabilidade espiritual. Por isso, nossa escola, tem um compromisso com a missão integral, a missão urbana, a missão transcultural. Nossa visão espiritual não se limita ao âmbito religioso. Pelo contrário, ela visa a restauração de toda a sociedade. A começar com a organização da república residencial, a família, a comunidade, os governos, o Estado...

4. Qual o papel da igreja? Ela tem a vocação de servir de primícias.
Ela é a comunidade que experimentou e conhece a obra de Cristo. Portanto, ela é o espaço onde Cristo promove a plenitude da vida, o sentido da vida, a reconciliação e a paz entre pessoas, povos e culturas. Deus quer expressar seu amor através da Igreja. Alguém que conviveu alguns dias nesta casa disse-me: “Aqui fui acolhido e me sinto como entre velhos amigos”.
Assim como foi do agrado de Deus que em Cristo habitasse toda a
plenitude (v.19)... assim é desejo de Cristo que no coração da igreja habite o amor de tal maneira que as pessoas sintam-se amadas por Jesus através de nós.
Desta maneira a missão sempre vincula a igreja com a criação de
Deus. Ela sempre tem uma responsabilidade pelo todo. Sua missão sempre é integral. Seja qual for o seu tamanho ou núcleo.

5. Qual o significado disso para nós aqui na Fatev?
O estudo de teologia é ma viagem a partir da vocação que Cristo
colocou em nosso coração em direção do conhecimento e a obediência a todo conselho de Deus. Ela é um serviço. Ele é culto que abrange:
- adoração – cultiva uma espiritualidade que corresponda a esta vocação;
- senso de família – envolve o crescer no cuidado mútuo, amor fraternal, pois aqui seremos família por alguns anos;
- desenvolve a vocação que Cristo colocou em nosso coração por meio de um estudo profundo e comprometido com a missão e o testemunho correspondente.
- desenvolve atitudes ecologicamente corretas no trata das coisas usuais do dia-a-dia;
- Nunca esquecer que toda nossa vida é um culto através do qual nós queremos honrar a Cristo.
Seja, cada pessoa, bem vinda para buscarmos junto conosco ser Igreja de Jesus.

(Meditação de abertura do ano letivo da Fatev)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

BENÇÃOS X COMPROMISSO

BÊNÇÃOS x COMPROMISSO
Mandar em Deus ou obedecê-lo?
ESTUDO DE JOÃO 6.60-71 NO CONTEXTO RELIGIOSO
“PÓS-MODERNO”

COMO VOCÊ SE SENTE SENDO OBREIRO/A NO ATUAL MERCADO RELIGIOSO?
COMO ESTÁ SUA AUTO-ESTIMA AO PERCEBER QUE UM SIGNIFICATIVO NÚMERO DE MEMBROS DE SUA COMUNIDADE FREQUENTAM OUTROS CULTOS, ASSISTEM E OUVEM SEUS PROGRAMAS REGULARMENTE?

POR QUE TUDO GIRAM EM TORNO DO PRESENTE?
POR QUE O APELO RELIGIOSO DA MÍDIA ESTA CENTRADO NO MILAGRE IMEDIATO?
O QUE “ROUBOU” O NOSSO FUTURO?

PARA COMPREENDER O TEMPO PRESENTE QUE MUITOS CHAMAM DE “PÓS-MODERNIDADE”, PRECISAMOS ENTENDER O SIGNIFICADO DO:
FRACASSO DOS TRES GRANDES DISCURSOS DA MODERNIDADE

O FRACASSO DAS IDEOLOGIAS OU DO DISCURSO IDEOLÓGICO
O BLOCO DA IDEOLOGIA SOCIALISTA TINHA POR META ALCANÇAR UMA SOCIEDADE DE IGUAIS, ISTO É, A SUPERAÇÃO DE OPRESSORES E OPRIMIDOS
UMA SOCIEDADE SEM CLASSES
O SOCIALISMO REAL SUCUMBIU POR CAUSA DE SUA CORRUPÇÃO E DO USO
DO PODER SEM ESCRÚPULOS

O BLOCO DOMINADO PELA IDEOLOGIA CAPITALISTA REINA SOBERANO DESDE A QUEDA DO MURO DE BERLIN 1989, COMO CAPATISMO DE ESTADO OU PRIVATIVO
SUA CRENÇA RESIDE NA ESPERANÇA DE QUE O “MERCADO” REGULE AS RELAÇÕES ENTRE OS PAÍSES E AS COMUNIDADES
O RESULTADO PRÁTICO DESTA IDEOLOGIA É A EXCLUSÃO DE DOIS TERÇOS DA HUMANANIDADE QUE FICAM RELEGADOS À MISÉRIA


O FRACASSO DO DISCURSO CIENTÍFICO
A MODERNA CIÊNCIA FAZ AMPLOS PROGRESSOS EM TODAS AS ÁREAS DO SABER
ELA FACILITA A VIDA DE MUITOS E SOLUCIONA MUITO PROBLEMAS
MAS, A QUE PREÇO?
SEUS CUSTO É A EXAUSTÃO DO PLANETA TERRA.
VALE A PENA SONHAR COM UMA EXPECTATIVA DE VIDA HUMANA DE MAIS100 ANOS, SE A
EXPECTATIVA DE VIDA DO PLANETA AQUENTA CERCA DE 50 ANOS?????



O FRACASSO DO DISCURSO RELIGIOSO
AS RELIGIÕES SE PROPUNHAM A TRAZER O REINO DE DEUS, A FRATERNIDADE UNIVERSAL, UM REINO DE PAZ, O AMOR COMO VALOR DOMINANTE...
NA PRÁTICA O DISCURSO RELIGIOSO SUCUMBIU AOS INTERESSES DA POLÍTICA DOMINANTE
PERDEU SEU CARÁTER PROFÉTICO
SUCUMBIU A IDEOLOGIA DO MERCADO, PROMOVE O TERRORISMO (SALVO RARAS EXCEÇÕES)

COMO RESULTADO DESTE FRACASSO TEMOS UMA SOCIEDADE SEM FUTURO QUE TENTA ETERNIZAR O PRESENTE
COMO?
ATRAVÉS DO HIPER-CONSUMISMO
DO HIPER-INDIVIDUALISMO
DO HIPER-NASCISISMO


PARA DENTRO DESTA REALIDADE ECOA A INDAGAÇÃO:

SENHOR, A QUEM IREMOS?


COMO A PROPOSTA EVANGÉLICA PODE RESPONDER AS GRANDES QUESTÕES QUE INQUIETAM O “URBANÓIDE PÓS-MODERNO”?


QUAL É O PERFIL DA RELIGIOSIDADE BRASILEIRA ATUAL?

UMA AVALIAÇÃO DA REALIDADE RELIGIOSA BRASILEIRA LEVA CONCLUIR QUE:
EXISTE UMA NOTÁVEL SEDE ESPIRITUAL
A ESPIRITUALIDADE AINDA É CONSIDERADA UMA ALTERNATIVA VÁLIDA
MULTIPLICAM-SE AS OFERTAS RELIGIOSAS

ADESÃO RELIGIOSA ACONTECE PELA VIA EMOCIONAL E AFETIVA, NÃO PELO CONTEÚDO OU PROPOSTA DA MENSAGEM
A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA INDIVIDUAL OCUPA O LUGAR DA OBEDIÊNCIA
A CONTRIBUIÇÃO(DÍZIMO) TOMOU O LUGAR DISCIPULADO

A MENSAGEM ESTÁ CENTRADA NAS NECESSIDADES INDIVIDUAIS IMEDIATAS DOS OUVINTES NÃO NAS DEMANDAS DE DEUS
O EXIGENTE É O CLINETE – DEUS É COLOCADO NA OBRIGAÇÃO DE ATENDER O SUPLICANTE
“DEUS” PASSA A SER SERVO DA RELIGIÃO E NÃO MAIS O SENHOR
HÁ UMA INVERSÃO/PERVERSÃO DE VALORES

O MILAGRE É NOVO “ÓPIO DO POVO”
O CLIENTE QUER TUDO SEM ESFORÇO,
O TEMPLO É O CENTRO, NÃO O PROJETO MISSIONÁRIO
O URGENTE SACRIFICA O IMPORTANTE
A “FALTA DE FÉ” GERA CULPA NEOROTIZANTE, HUMILHA O DOENTE DESENGANADO

SURGIMENTO DE MEGA EMPRESÁRIOS DA FÉ
O MAIS IMPORTANTE NÃO É A “SALVAÇÃO DAS ALMAS” MAS O TAMANHO DO TEMPLO OU MODELO DO AVIÃO DO “MONARCA RELIGIOSO”
O FOCO NÃO É A REMISSÃO DOS PECADOS MAS O VOLUME DA ARRECADAÇÃO
A BENÇÃO CONFUNDE-SE COM LUCRO OU VANTAGEM
OCORRE UMA “DES-MORALIZAÇÃO” DA RELIGIÃO

O LADO DO FERVER RELIGIOSO OCORRE UM CRESCENTE SECULARISMO
A INCOERÊNCIA ÉTICA E AS MANOBRAS INTERESSEIRAS EM NOME DE DEUS NÃO FICARÃO IMPUNES
NÃO NOS ESQUEÇAMOS QUE O JUÍZO DE DEUS PRINCIPIA PELA PRÓPRIA CASA...

ESTAGNAÇÃO DE IGREJAS HISTÓRICAS
A SAGRADA CULTURA TEIMA EM NÃO DESCER DO PEDESTAL
ELA ESTÁ POR DEMAIS FOCADA NO PASSADO DO QUAL NÃO CONSEGUE LIVRAR-SE
NÃO SE PODE SACRIFICAR O FUTURO POR CAUSA DO PASSADO

SENHOR, PARA QUEM IREMOS?
TU TENS AS PALAVRAS DA VIDA ETERNA E NÓS CREMOS E SABEMOS QUE TU ÉS O SANTO DE DEUS.
A IGREJA TEM A RESPONSABILIDADE DE DISCERNIR O QUE É ESSENCIAL E O QUE É PERIFÉRICO.
SE A IGREJA CONSEGUIR SINALIZAR ISTO ENTÃO HAVERÁ FUTURO PARA ELA.

Segundo Gilles Lipovetsky, A SEGUNDA CHANCE DA IGREJA NA SOCIEDADE URBANIZADA E MASSIFICADA RESIDE EM RESPONDER TRÊS QUESTÕES VITAIS QUE EMERGEM DA REALIDADE HIPER-MODERNA E CARECEM DE RESPOSTAS
QUAIS SÃO AS QUESTÕES:

O QUE CONFERE SIGNIFICADO À MINHA VIDA?
VALOR, DIGNIDADE, SER HUMANO, SER RECONHECIDO COMO GENTE...

O QUE CONFERE SENTIDO À VIDA?
ESPERANÇA, SONHO, REINO DE DEUS, PERDÃO, GRAÇA...

O QUE ME ARRANCA DA SOLIDÃO E DA MASSIFICAÇÃO?
ACOLHIDA, PERTENCIMENTO, SUPERAÇÃO DA PESSOA COMO MOEDA DE TROCA...
RELACIONAMENTOS QUE DIGNIFICAM E INTEGRAM A PESSOA NA COMUNIDADE

IGREJAS COM MISSÃO INTEGRAL MANTÉM SUA VITALIDADE
ELAS CONJUGAM:
AFETO
NECESSIDADES - DORES
CONTEÚDO – DOUTRINA FIRMADA NAS ESCRITURAS

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

REALIDADE RELIGIOSA BRASILEIRA

Os estudiosos ou curiosos sobre o comportamento religioso brasileiro estão na espectativa dos resultados do censo em curso.
Eu tive,junto com o alunos do quarto ano da Fatev, a oportunidade de estudar este assunto ao longo de duas semanas. Assim sendo, partilho algumas reflexões sobre as tendências da religião nos próximos anos.
1. Constata-se a existência de uma "sede espiritual" no Brasil. Isto verifica-se no crescimento numérico de vários movimentos religiosos;
2. A adesão espiritual acontece pela via da "experiência" emocional-espiritual e não pelo conteúdo doutrinário da proposta religiosa;
3. As mensagens centradas nas necessidades concretas e imediatas, tais como a cura, a prosperidade, a libertação de opressão demoníaca movimentam multidões no catolicismo, no neo-pentecostalismo e assemelhados;
4. As igrejas que primam pela preservação de seu corpo doutrinário ancoradas em sua herança cultural tradicional, aliada a uma liturgia igualmente marcada pelo conteúdo, não conseguem afluência dos não-iniciados. Elas tendem a tornarem-se tribos ou guetos, sem capacidade de inserção na cultura brasileira;
5. Existe uma praga cultural chamada MILAGRE. A busca do milagre é o "ópio do povo", quer seja capitaneado pela bandeira religiosa do neo-capitalismo religioso, ou pela exploração de todo tipo de jogo e loterias. O nefasto desta praga é que ela não educa para uma vida cidadã e comunitária. Quem se enfileira por este caminho aposta no escapismo individualista. A sorte do indivíduo é o azar da comunidade.
6. Nota-se a solidificação de empreendimentos capitalistas que tem como mercadoria o desespero das massas empobrecidas. Alguns donos destes empreendimentos constroem templos e mansões nababescas, compram jatinhos, levam vida de mega empresários e, cinicamente, tentam justificar suas "bênçãos" como méritos de sua fé vitoriosa.
7. Simultaneamente, está em curso um crescente secularismo. As pessoas sem filiação religiosa, os desiludidos da religião e os indiferentes crescem na mesma proporção dos novos crentes.

ALTERNATIVAS
Sou perguntado pelo papel missionário dos cristãos.
Sou de convicção que a comunidade cristã deve pautar seu testemunho em dois elementeos fundamentais:
- uma sólida doutrina bíblica e teológica. O Evangelho do Reino de Deus proposto por Jesus exige compromisso com: a restauração da dignidade humana, a construção de uma vivência comunitária pautada pela justiça, pela liberdade e pela responsalidade pessoal e social diante da boa criação de Deus. Se a conversão pelo evangelho não redunda em nova criatura comprometida com uma nova sociedade, falta-lhe a base essencial.
- uma sensibilidade para com a dor humana individual e social(compaixão). A vocação cristã é sempre uma resposta a uma dor específica individual ou coletiva, ou ambas. O "pastoreio" precisa andar de mãos dadas com o ministério profético.
Olho com simpatia a criatividade missionária responsável pelo surgimento de milhares de "igrejas autônomas". Ao mesmo tempo, constato que há muito descaso com os conteúdos de sua fé. Quase tudo gira em torno da "experiência mística" individual sem consequências transformadoras na sociedade.

E, qual o futuro doo "neo-pentecostalismo"?
Depende! Se, por exemplo, o neo-pentecostalismo tomar o mesmo rumo da Igreja Assembléia de Deus, do pentecostalismo clássico, haverá futuro. O que fez a Assembléia de Deus? Ela também iniciou sua missão a partir dos pobres. Mas, a medida que os pobres experimentaram a ascenção social, ela os acompanhou na educação formal e teológica.
Deve-se ressaltar que a Bíblia ocupa um lugar central no pentecostalismo, ao passoo que no neo-pentecostalismo a experiência do "milagre" está muito acima da Palavra de Deus.
Se houver uma conversão do neo-pentecostlismo para o evangelho bílbico haverá futuro, caso contrário, será mais uma onda que produzirá mais vítimas e desiludidos do que prósperos em riqueza material ou espiritual.
Enfim, o contexto brasileiro ainda continua sendo uma terra fértil para a semeadura da do Evangelho. Rogo que o Espírito Santo seja acolhido na Igreja para que ela ouça a sua voz para evangelizar a presente geração!

sábado, 19 de junho de 2010

ENCONTRÃO NACIONAL JOINVILLE - 17-20/2/2007

Tema: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? 1 Reis 19.9
Palestrante: Arzemiro Hoffmann

Introdução:
Nossa herança espiritual nos compromete com a obediência aos ensinos da Palavra de Deus.
Vamos abrir a nossa Bíblia no Primeiro livro de Reis, capítulo 19, 1-18.
Para melhor compreender a situação que o profeta de Deus enfrentou, olhemos para os capítulos precedentes:
16.29-34 – Elias atuou nos dias do Rei Acabe que era casado com Jezabel , filha do rei dos sidônios. Ela era seguidora do Deus Baal, a quem edificou um altar em Samaria. (v.31-32)
Acabe embora sendo rei em Israel erigiu um poste ídolo, pecando assim contra o Deus de Israel(v.33).
17. 1-7 – Elias prediz um grande seca sobre a região. Depois, em obediência à palavra do Senhor retira-se.
8-24- Elias é sustentado pela provisão de Deus: através de corvos e pela viúva de Sarepta, de quem ressuscitou o único filho que havia morrido.
18.1-19 – Obedecendo a palavra do Senhor Elias volta a encontrar-se com o rei Acabe.
20-40 – O desafio do monte Carmelo: Elias e os 450 profetas de Baal.Deus manifesta sua poderosa mão; manda fogo do céu para manifestar que ele é o Deus de Israel. Elias mata os 450 profetas de Baal.
41-46 – Elias ora para que chova.
Em síntese:
Elias viveu sob um governo idólatra e perseguidor; em tempos de calamidade e seca. Parece que o povo de Israel vivia em perseguição,o silêncio e apatia. Nas palavras de Elias: deixaram a aliança, mataram os profetas, fiquei só e ainda procuram tirar-me a vida( v. 10b, 14b). Ele foi único que abertamente viveu a fidelidade de Deus ao seu chamado: solidão e fidelidade.
Deus fez Elias experimentar diversos sinais e milagres para lhe dissipar todas as dúvidas a respeito do poder e os desígnios do verdadeiro Deus.


1. QUE FAZES AQUI, ELIAS? I Rs 19.9

Como Elias enfrenta o dia seguinte à contundente vitória do poder de Deus sobre os falsos profetas de Baal?
A dura ameaça por vingança feito por Jezabel (19.2), enche Elias de medo
e ele foge para salvar a sua vida (v.3). Ela deixa para traz o seu moço e foge para o deserto. Senta-se à sombra de um zimbro e pede para morrer: v.4-5a.
Através de um anjo Deus o sustentou para uma jornada de 40 dias até Horebe, o monte de Deus (v.5). Ali se refugiou numa caverna.
O que fazes aqui, Elias?, é a pergunta do Senhor. Deus não desperta, sustenta e fortalece para fugirmos para uma caverna.
Olhemos para Elias, (sem querer fazer uma psicanálise de sua pessoa) no stresse, esgotamento (bournot) ou depressão que ele se encontra, é incapaz de olhar para traz e enxergar o que Deus fez; descolado de seu passado é incapaz vislumbrar um futuro. Por que? Ele está debruçado sobre si mesmo em como salvar a vida. Ele entrou caverna (v. 9). E segundo ele, sua vida não vale grande coisa. (Estar entregue a si mesmo é a maior desgraça que pode sobreviver a uma pessoa (Rm 1.19). Deus não permite que isso aconteça a seus filhos).
Deus não deixou Elias perdido na sua na caverna, mas o chama a subir o monte para uma meditação. Elias precisou acordar para uma nova percepção de Deus: o agir de Deus não se limita à tempestade, ao terremoto e ao fogo. Parece que Elias precisa uma experiência significativa de Deus e não de milagre. Daí a razão da manifestação de Deus numa brisa suave. (Queremos Deus ou as coisas de Deus? Seu poder, seus milagres, sua bênção??).
Elias volta do monte envolto em seu manto e pos-se à entrada da caverna.
Veio-lhe pela segunda vez a indagação de Deus: Que fazes aqui, Elias?
Na crise ou encruzilhada da vida, Deus conduz Elias não a fazer os mesmos grandes feitos como no passado. Mas lhe aponta o futuro e o quer tem a fazer para aproximar o futuro. Cuidar e preparar a liderança para o amanhã. O horizonte do futuro não são os inimigos dos passado. O horizonte do futuro é Deus mesmo. Mas o deserto está no passado, presente e no futuro.
Agora é outro tempo, volta às veredas antigas, retoma o teu ministério, cuida do discipulado e de quem serão os líderes da próxima geração. Deus se manifestará mais na consolidação de sua obra do que no espetáculo de seus feitos.
Amplia o teu horizonte! Você não está só. Tenho sete mil em Israel que não dobraram seus joelhos a Baal (v.18). Cuida, apascenta, lidera o meu rebanho.

2. DE ELIAS PARA O MOVIMENTO ENCONTRÃO

Que fazes aqui, Movimento Encontrão? Qual a tua visão? Qual a tua missão?
Estás numa encruzilhada entre ser Movimento ou obedecer à instituição?
O que deve ser nossa prioridade? Qual o nosso pertencimento no século XXI?

Como nascemos? Como era a conjuntura política e religiosa na década de 1960-70?
O Brasil viveu naquela época um conflito de poder e governabilidade. A grande burguesia nacional e internacional aliada às forças Armadas com apoio da CIA norte-americana, implantaram a partir de 1964, o Regime Militar no Brasil e nos principais países da América do Sul para combater o avanço do comunismo internacional.

Conjuntura religiosa. A IECLB era maior igreja evangélica do Brasil. Tinha em seus quadros de obreiros um alto percentual de pastores estrangeiros. O trabalho predominante era o atendimento das comunidades, marcadas pela tradição alemã de cunho rural. Mas havia liberdade para evangelizar e apoiar iniciativas de trabalhos além das fronteiras paroquiais. Era uma liberdade de ação missionária sem um patrulhamento teológico ou ideológico oficial. A teologia liberal, neste sentido, era tolerante.
Durante o Governo Militar chegaram ao Brasil inúmeras missões para-eclesiásticas de cunho conservador. Trouxeram muita inovação de metodologias missionárias, novos modos de celebrar e criatividade para evangelizar.

O Nascimento do Movimento Encontrão
O ME surgiu com uma identidade clara: Evangelizar os batizados da IECLB, edificar a vidas dos novos convertidos e treinar as lideranças: Tripé.
Ninguém se preocupava muito com a estrutura e os cargos na Igreja. Nosso alvo maior era salvar almas para Jesus. Embora fossemos chamados de pietistas, ou a nossa teologia era criticada como sendo batista e consevadora, nosso foco era a evangelização. Partilhávamos da convicção que as pessoas batizadas precisam conhecer a justificação por graça e fé. Esta é a promessa feita no batismo de crianças.
Pertencia ao Encontrão que praticava o tripé: nossa visão ficou estabelecida nesta frase: “Preparando discípulos nos moldes praticados por Jesus queremos dar a nossa contribuição para o Reino de Deus a partir da IECLB”.
Ao longo de 40 anos experimentamos a fidelidade de Deus na consolidação do maior movimento organizado na IECLB. Os poucos se tornaram em milhares...

40 ANOS DEPOIS...
Brasil redemocratizado oferece ampla liberdade religiosa. Estamos mergulhados no mercado religioso. A divulgação da Bíblia ocupou a mídia: rádio, jornal, TV, internet. Vivemos um tempo pós-institucional. As pessoas fazem suas escolhas espirituais sem perguntar a opinião dos pastores ou das igrejas.
Multiplicam-se os ministérios autônomos e as comunidades independentes. A urbanização relativizou a tradição. As fronteiras se abriram.
A IECLB passou a ser a quinta ou sexta maior igreja evangélica no Brasil, de acordo com o censo do IBGE do ano de 2000.
Passamos de uma igreja Evangélica para uma igreja Luterana. O que é ser luterano de acordo com o governo da IECLB é concordar com a linha oficial da igreja. Está muito mais vinculado à forma litúrgica e vestes talares do que ao conteúdo do evangelho. Há maior controle. E um medo de que a diversidade de ações missionárias ameaça a unidade. Assim experimenta-se um fechamento institucional.
O Movimento Encontrão, cresceu e ampliou-se.
Nossa visão do Evangelho do Reino não se limite a salvar as almas perdidas, mas está comprometida com uma evangelização integral: que conjuga evangelização, edificação, formação e serviço em contextos específicos da realidade. Nossa visão é de missão urbana que ultrapassa as fronteiras denominacionais da IECLB.
Nossa metodologia missionária integra programas como Alpha, aposta em projetos missionários nas comunidades e além delas: como Missão Zero, Ministério Jovem. Nossa formação além da liderança leiga, empresários e presbíteros, jovens, conta com a FATEV ( 15 anos e o reconhecimento do MEC) para formação ao ministério missionário e pastoral; curso bíblico no nordeste...nosso compromisso com o evangelho integral conjuga a misericórdia, e a prática da justiça do Reino de Deus, por isso dá importância para a vinculação da evangelização com a diaconia.
As nossas fronteiras missionárias ultrapassam as comunidades da IECLB.
Enfim, o nosso leque de ações de abriu muito e por isso às vezes se coloca a pergunta: afinal quem somos nós? Qual a nossa identidade? A quem pertencemos?

O que fazes aqui, Movimento Encontrão?

O Pertencimento e a fragilidade dos compromissos.
O que é pertencer a alguém?
A frágil vinculação no mundo pós-moderno é simbolizado pelos jovens na palavra “ficar”. Que significa: estar com alguém por algum tempo sem compromisso. O que determina tudo é o meu interesse ou prazer, de lado a lado.
Somos uma geração marcada pelo sentimento ou pelas emoções. As escolhas espirituais também são feitas pelo ambiente não pela essência do evangelho.
O que você está fazendo aqui Elias?
Quem era Elias e quais são os seus feitos? Em que circunstância Deus lhe faz esta pergunta? Qual era a resposta de Elias?
Por que Deus repete a pergunta? Em que circunstâncias? Como Elias responde? Como Deus reage à resposta de Elias?
Deus que mostrar a Elias que aqueles que lhe pertencem jamais estarão sozinhos. Além da presença do próprio Deus e seus anjos e tem uma multidão de intercessores ao seu lado. Estar com Deus é estar amparado. É pertencer a uma comunidade.

Por outro lado existe o exagero de expor as marcas do pertencimento. Como fazem os fazendeiros com seu gado.
Ou levando isso para dentro da igreja, nota-se que algumas tentam identificar os que pertencem a um determinado rebanho pela forma de vestir, pela consagração de costumes ou moda de roupa e cabelos compridos. Ou ainda, os que procuram usar hábitos como monges e freiras, ou vestes clericais para designar que pertencem a um rebanho distinto.
Na pós-modernidade tem ambas as experiências: os sem compromissos e os amarrados pelas formas.

Marcas do pertencimento
1 – A circuncisão como marca do povo da antiga aliança. A circuncisão como sinal ordenado por Deus a todos quantos pertenciam a seu povo.
2 - João Batista o batismo prega o arrependimento e o compromisso com o Reino de Deus vindouro. Como sinal de querer participar deste reino era exigido o arrependimento e a fé, acompanhada do sinal do Batismo.
3. No mundo secular iniciou-se a prática do uso da aliança no dedo entre as pessoas que livremente assumem um compromisso de amor mútuo.Quem usa a aliança no dedo sinaliza que é alguém comprometido.
4 – Os criadores de gado marcam o seu gado com um selo colocado no animal através da marca do fazendeiro com um ferro quente.
5 – No Apocalipse é falado da marca da besta que os seguidores do anticristo levarão na testa.
As macas externa são todas relativas. Nenhuma dá a certeza de um verdadeiro pertencimento. Paulo fala que “nem a circuncisão nem incircuncisão vale alguma coisa, mas a fé que atua no amor”(Gl 5.6). O que tem valor mesmo é a nova vida em Cristo.
Vejam aqui reside um diferencia essencial. O pertencimento tem tudo a ver com relacionamento. Isto a Bíblia chama de obediência de coração. Ou o selo do Espírito Santo.
Apc 7 –afirme que os fiéis são selados pelo Senhor. Aqueles que tem no seu coração um compromisso. Jesus usou a Santa Ceia para expressar o seu compromisso com a Igreja: isto é o meu corpo e isto é o meu sangue. Pedro fala que não fomos comprados nem por ouro nem por prata, mas pelo seu sangue precioso no qual temos a redenção, o perdão e a salvação.
Nosso compromisso como Movimento Encontrão
Nasceu do compromisso de amor ao rebanho dos batizados. Constatamos que não baste um rito sacramental sem sua vivência. A aceitação de Cristo, a justificação é a resposta que se espera de que foi batizado como criança.
O pertencimento é ao Reino de Deus. A igreja deve ser a família que facilita as pessoas de alcançar o reino( ai de vós que fechais as portas para o Reino Mt 23).


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Nossa história explica a que viemos:
- “Fazendo discípulos nos moldes que praticava Jesus, queremos dar a nossa contribuição para o Reino de Deus a partir da IECLB”.

- Nosso compromisso, desde o começo, foi em primeiro lugar com a evangelização, não com a estrutura da igreja.
A mentalidade da instituição é moldada pela visão européia. A instituição detém o evangelho e sua interpretação e prática. Isto levou a dominação eclesiástica e cultural... isso contribuiu para a visão etnocêntrica ou de superioridade cultural praticada pelas igrejas da imigração e de missão. Por amor a esta tradição as pessoas de outras culturas são deixadas de lado.
- No contexto da urbanização nasce o ME. Seus iniciadores perceberam o enfraquecimento institucional e da tradição luterana. Ela não era suficiente para segurar a pertence dos membros.

- Quem alcança e transforma as pessoas na cidade não é a instituição, mas o evangelho. A entrada para o corpo de Cristo é a experiência pessoas, mística com o evangelho, não o sacramento do batismo. Daí a razão de nossa ênfase: evangelizar os batizados. Somos o movimento pioneiro na valorização do batismo na IECLB. Ou existirá uma melhor maneira de valorizar o batismo do que ensinar o significado da justificação por graça e fé?

- À medida que o ME foi sendo consolidado, foi sendo ampliada a compreensão do tripé: Conversão(novo nascimento), Edificação( pediatria) e Multiplicação( discipulado). Isto acontecia sobre uma base de cuidado mútuo e diaconia. Os obreiros sempre mais assumiam a responsabilidade pelo cuidado do rebanho e desafiavam os novos crentes a desenvolverem os seus dons para exercerem o ministério que o Espírito Santo lhes conferia, cada qual de acordo com os seus dons. O resultado foi uma maior participação na vida das comunidades e conseqüente maior contribuição financeira, que por sua vez gerou novas comunidades.

- O compromisso com a missão é outro ponto que merece destaque. O evangelismo pessoal utrapassava as fronteiras das comunidades locais. Houve uma troca do modelo comunitário: do VINDE aos cultos ou a Igreja, passou-se ao IDE pregai o evangelho. Exemplo disso são as visitações conjugadas entre visitantes e lideranças locais.

- O compromisso missionário levou a abraçar o desafio da formação e capacitação de lideranças e obreiros. Embora o voluntariado sempre fosse e será a base da missão, há, contudo, um compromisso para não perder aqueles que eram vocacionados para um ministério em tempo integral ou parcial.

- A missão nem sempre caminho nos trilhos da instituição e da tradição. A surgimento das sociedades missionárias na Europa e América do norte são disso exemplos.
A formação de um Currículo Bíblico, depois escola de teologia e Hoje FATEV seguiu o caminho para corresponder as exigências de obreiros identificados com um compromisso evangélico.

- A missão mudou do campo para a cidade. Isso requereu uma nova metodologia. Enquanto no campo o culto tenha tido o caráter de um acontecimento social, na cidade o culto é uma experiência relacional e mística.
Aprendemos também que o evangelho não é uma fórmula mágico, tipo 4 leis espirituais. Ele é o poder de Deus que salva a partir de uma escravidão específica. Não basta dizer a um dependente químico que ela jaz no inferno. É preciso arrancá-lo e colocá-lo em condições de apoio para superar sua dependência. Isto requer um serviço de abnegação que os cultos não oferecem. O mesmo acontece com o oprimido. Moisés foi o libertador que saiu com o seu povo do regime da escravidão. José foi um estadista no Egito, Amós foi um profeta...(livro: o ministério é a resposta a uma necessidade concreta e localizada)

-A missão na cidade requer diversificação de ministérios e programas. Algumas pessoas encontram o caminho da salvação pelos programas normais da igreja. Graças a Deus.
A nova geração está sendo sacrificada pela tradição. O amor aos jovens requer mudanças de acordo com as exigências do contexto.

- O que você está fazendo aqui?
Como Elias é hora de sair da caverna? Qual é a sua caverna? O que você consegue lembrar ou enxergar?
É hora de olhar para frente. A vitória de ontem pode ser o motivo da depressão de hoje. O compromisso é deixar Deus falar. Enquanto houver ouvidos para ouvir a sua palavra e seu espírito, haverá missão.

- Você quer fazer parte dos que se escondem na caverna e só olham para traz ou deixa-se guiar pelo Espírito do Senhor e pela sua palavra? Deixa O Senhor abrir os teus olhos para perceber que milhares que não dobraram os joelhos diante dos falsos profetas ou falsos deuses.

- Na cidade só sobrevive quem tem uma sólida base ancorada em relacionamentos significativos. Na família de sangue ou na família da fé. As instituições são cada vez mais de valor relativo. A caverna igreja voltada para o passado pode ser a causa da depressão missionária. É preciso buscar a presença do Espírito Santo que abra os olhos para os horizontes de Deus.
- O que você está fazendo aqui\?