A pergunta pelo SER HUMANO ecoa do Paraíso. Ela é a pergunta do Criador pela sua criatura. A resposta a ela define o caráter da “Missão Evangélica”. Ela irrompe num contexto. – “ADAM onde estás?” Onde você se meteu ADAM. Em outro contexto a pergunta é de Jesus: - “Onde o colocaste?” Diante desta indagação só uma resposta é adequada: - “Senhor, vem e vê!”

A atitude do Criador e do Salvador é a mesma. Ele veio ver o que é feito do SER HUMANO. Ele veio visitá-lo para restaurar a verdadeira imagem e semelhança de Deus. Aliás, o Verbo se fez carne, proclama João para revelar a plena imagem de Deus. O Verbo –Deus se fez gente por inteiro. Esta é a medida de humanidade que Deus requer de suas criaturas a cada geração. Esta pergunta emerge de um contexto. Por isso a resposta também vem de um contexto. Este contexto sempre envolve a criação num momento situado e datado. A resposta à pergunta de Deus mexe com a história do ser humano.

Neste blog manifesta-se uma constante busca de ouvir a pergunta do Criador pelo SER HUMANO e por tentativas de responder a esta pergunta dentro do contexto da cidade. Pois, afinal, somos urbanóides pós-hiper-modernos que habitamos aglomerados citadinos onde temos a vocação de “SERMOS HUMANOS”. Os referenciais definidores do ser e do humano variam de acordo com as filosofias e convicções pessoais. Esta pagina é reflexiva e dialogal. Sem pretensões conclusivas ou dogmáticas. Prefere-se a postura da agulha e da linha que tenta costurar, à função da tesoura que seleciona cortando tudo o que não cabe no molde.

Seja bem-vinda! Seja bem vindo! Seja comigo um construtor do “SER HUMANO”!


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

REALIDADE RELIGIOSA BRASILEIRA

Os estudiosos ou curiosos sobre o comportamento religioso brasileiro estão na espectativa dos resultados do censo em curso.
Eu tive,junto com o alunos do quarto ano da Fatev, a oportunidade de estudar este assunto ao longo de duas semanas. Assim sendo, partilho algumas reflexões sobre as tendências da religião nos próximos anos.
1. Constata-se a existência de uma "sede espiritual" no Brasil. Isto verifica-se no crescimento numérico de vários movimentos religiosos;
2. A adesão espiritual acontece pela via da "experiência" emocional-espiritual e não pelo conteúdo doutrinário da proposta religiosa;
3. As mensagens centradas nas necessidades concretas e imediatas, tais como a cura, a prosperidade, a libertação de opressão demoníaca movimentam multidões no catolicismo, no neo-pentecostalismo e assemelhados;
4. As igrejas que primam pela preservação de seu corpo doutrinário ancoradas em sua herança cultural tradicional, aliada a uma liturgia igualmente marcada pelo conteúdo, não conseguem afluência dos não-iniciados. Elas tendem a tornarem-se tribos ou guetos, sem capacidade de inserção na cultura brasileira;
5. Existe uma praga cultural chamada MILAGRE. A busca do milagre é o "ópio do povo", quer seja capitaneado pela bandeira religiosa do neo-capitalismo religioso, ou pela exploração de todo tipo de jogo e loterias. O nefasto desta praga é que ela não educa para uma vida cidadã e comunitária. Quem se enfileira por este caminho aposta no escapismo individualista. A sorte do indivíduo é o azar da comunidade.
6. Nota-se a solidificação de empreendimentos capitalistas que tem como mercadoria o desespero das massas empobrecidas. Alguns donos destes empreendimentos constroem templos e mansões nababescas, compram jatinhos, levam vida de mega empresários e, cinicamente, tentam justificar suas "bênçãos" como méritos de sua fé vitoriosa.
7. Simultaneamente, está em curso um crescente secularismo. As pessoas sem filiação religiosa, os desiludidos da religião e os indiferentes crescem na mesma proporção dos novos crentes.

ALTERNATIVAS
Sou perguntado pelo papel missionário dos cristãos.
Sou de convicção que a comunidade cristã deve pautar seu testemunho em dois elementeos fundamentais:
- uma sólida doutrina bíblica e teológica. O Evangelho do Reino de Deus proposto por Jesus exige compromisso com: a restauração da dignidade humana, a construção de uma vivência comunitária pautada pela justiça, pela liberdade e pela responsalidade pessoal e social diante da boa criação de Deus. Se a conversão pelo evangelho não redunda em nova criatura comprometida com uma nova sociedade, falta-lhe a base essencial.
- uma sensibilidade para com a dor humana individual e social(compaixão). A vocação cristã é sempre uma resposta a uma dor específica individual ou coletiva, ou ambas. O "pastoreio" precisa andar de mãos dadas com o ministério profético.
Olho com simpatia a criatividade missionária responsável pelo surgimento de milhares de "igrejas autônomas". Ao mesmo tempo, constato que há muito descaso com os conteúdos de sua fé. Quase tudo gira em torno da "experiência mística" individual sem consequências transformadoras na sociedade.

E, qual o futuro doo "neo-pentecostalismo"?
Depende! Se, por exemplo, o neo-pentecostalismo tomar o mesmo rumo da Igreja Assembléia de Deus, do pentecostalismo clássico, haverá futuro. O que fez a Assembléia de Deus? Ela também iniciou sua missão a partir dos pobres. Mas, a medida que os pobres experimentaram a ascenção social, ela os acompanhou na educação formal e teológica.
Deve-se ressaltar que a Bíblia ocupa um lugar central no pentecostalismo, ao passoo que no neo-pentecostalismo a experiência do "milagre" está muito acima da Palavra de Deus.
Se houver uma conversão do neo-pentecostlismo para o evangelho bílbico haverá futuro, caso contrário, será mais uma onda que produzirá mais vítimas e desiludidos do que prósperos em riqueza material ou espiritual.
Enfim, o contexto brasileiro ainda continua sendo uma terra fértil para a semeadura da do Evangelho. Rogo que o Espírito Santo seja acolhido na Igreja para que ela ouça a sua voz para evangelizar a presente geração!

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